ATOR- Vilão de Tropa de Elite 2 atuava como palhaço Ronald McDonald

Sandro conta que aprendeu bordão 'cada cachorro que lamba a sua caceta' observando o linguajar dos policiais

De palhaço Ronald em eventos promocionais da cadeia de lanchonetes McDonald's a um dos vilões mais marcantes do cinema nacional. Em tempos de twitter esse poderia ser um resumo em 140 caracteres da trajetória do ator carioca Sandro Rocha, que interpreta o Russo, no filme Tropa de Elite 2, que estreou na última sexta-feira e é candidato a maior blockbuster nacional. Morador do subúrbio de Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio de Janeiro, Sandro tinha feito apenas pequenos papéis na TV e no cinema, antes de encarnar o major Rocha, PM corrupto que comanda uma milícia, na trama dirigida por José Padilha.

“No primeiro Tropa de Elite eu era um sargento que cobrava propina para os praças que desejavam entrar em férias. Tinha poucas falas, mas uma era marcante: 'quem quer rir, tem que fazer rir'. Nesse segundo filme, eu iria fazer outra ponta, mas me chamaram para um teste e acabei pegando o o Major Rocha ou Russo, como ele é chamado pelos outros milicianos”, recorda Sandro, cujo personagem no filme tem o mesmo nome.

Sandro Rocha entrou para uma escola de teatro amador para vencer a timidez. Ele arrumou um emprego de vendedor de copiadoras, mas tinha dificuldade em conversar com os clientes. “Entrei no teatro para me comunicar melhor. Virou a paixão e passei a conciliar as duas coisas”, explica o ator.

Para viver o Russo, Sandro passou por treinamentos intensivos com o ex-policial do Bope Paulo Storani para aprender postura e manuseio de armas, além do linguajar da caserna. “Os diálogos têm uma linha, um direcionamento, mas não são fechados. A gente tinha liberdade de improvisar o tempo inteiro”, detalha.

As cenas mais marcantes de Tropa de Elite 2 são divididas entre os atores Wagner Moura (tenente-coronel Roberto Nascimento), Irandhir Santos (deputado Diogo Fraga) e Sandro Rocha. Os dois primeiros já eram conhecidos no meio artístico, mas a fama está sendo um elemento novo na trajetória do carioca.

“No dia da estreia fui ao cinema com a minha família. Na saída da sala passei mais de meia hora cercado de gente tirando fotos e dandos autógrafos. Foi realmente muito bacana”.

Sobre o seu novo bordão (cada cachorro que lamba a sua caceta), Sandro garante que aprendeu observando o linguajar dos policiais que auxiliaram a equipe na preparação do elenco. “Prestei atenção naquilo e, na deixa, mandei. O Padilha gostou e tá no filme”.

Publicado em 13.10.2010, às 15h51

Eduardo MachadoEspecial para o JC Online