AUMENTA NUMEROS DE MULHERES PRESAS

Aumenta o número de mulheres presas por tráfico de drogas no Brasil. Em Pesqueira já foram presas 04 só este ano.

De acordo com o Ministério da Justiça, o número de mulheres presas por tráfico de drogas saltou de 11 mil em 2009 para mais de 14 mil no ano passado.

Cresceu o contingente de mulheres - muitas acompanhadas de crianças - no exército de soldados do tráfico de drogas. Antes despercebidas nas operações policiais, as mulheres agora estão no centro da atenção de investigações -- e vão lotando as cadeias.

As lágrimas de uma mãe presa por homicídio e tráfico de drogas, e hoje - distante da filha pequena. Aline Tezka, de 20 anos, matou o traficante para quem trabalhava. Ela vendia maconha, crack e cocaína. Quando disse que queria mudar de vida levou uma facada no rosto. Em uma tentativa de fugir da cidade, já dentro do ônibus com a filha de três anos, foi novamente ameaçada e reagiu.

"Eles pararam o ônibus e na hora que eu vi que ele pulou a catraca, eu abri a bolsa, peguei a arma e comecei a atirar", conta Aline.

De acordo com o Ministério da Justiça, histórias como a de Aline estão cada vez mais comuns. O número de mulheres presas por tráfico de drogas saltou de 11 mil em 2009 para mais de 14 mil no ano passado.

Ao lado de uma criança, muitas vezes elas passam sem levantar suspeitas em uma batida policial. São mais discretas do que os homens. Em muitos casos também sem emprego, sem qualificação acabam entrando para o tráfico na esperança de ganhar dinheiro fácil.

Essa esperança fez com que a polícia começasse a tratar as mulheres de forma diferente nas ocorrências.

"Anteriormente, você tirava um pouco fora a mulher, achava que a mulher não tinha tanta participação, hoje já é o contrário. Hoje, a mulher estando no local do crime, nas proximidades, já é um alvo policial", fala o delegado Job de Freitas.

Na delegacia de Quatro Barras, região de Curitiba, as vagas são só para mulheres. Metade delas está presa por tráfico de drogas.

"É um dinheiro que vai fácil, vem fácil e vai fácil. Acho que liberdade também não tem dinheiro que pague, entendeu?", diz uma detenta.

 

G1